domingo, 26 de fevereiro de 2012

Tão Forte e Tão Perto


por Luiz Noronha

A tragédia do 11 de setembro em Nova Iorque foi um evento que abalou o mundo. A queda das Torres Gêmeas também trará um impacto na vida de uma família. Oskar Schell (Thomas Horn) é um garoto de 11 anos que perde seu pai, Thomas Schell (Tom Hanks), no maior atentado terrorista que já ocorreu nos EUA. Sem saber como lidar com a perda do pai, Oskar se distancia da mãe Linda Schell (Sandra Bullock) e cria seus próprios mecanismos de defesa.

Na tentativa de deixar viva a memória de seu amoroso pai, ao encontrar um envelope onde estava escrito um sobrenome e que continha uma chave, Oskar sai em busca de achar a fechadura dessa chave.

Essa comovente produção dirigida por Stephen Daldry (Billy Eliott, As Horas e O Leitor) pode ser acusada de exagerar nas emoções descarregadas por Oskar. Nada mais compreensível, pois qual criança conseguiria parecer minimamente centrada com uma perda que tem um enorme significado e que lhe causa tamanha dor? Com suas manias, Oskar é um menino inteligente e que por vezes se mostra agressivo, não tendo sensibilidade em relação ao sofrimento que a mãe sente tanto pela perda do marido, como pelo jeito de agir do filho.

Nessa jornada em busca de uma fechadura que desvende o mistério da chave, Oskar encontra vários personagens que como ele tem seus dramas pessoais. Uma dessas personagens é Abby Black – interpretada por Vila Davis, em uma especial participação – que o ajuda nessa procura.

O novato, mas talentoso, Thomas Horn dando vida a um menino que pode parecer mimado e ao mesmo tempo incompreendido, rouba a cena no filme e de uma maneira ou outra ele conquista o espectador. E olha que o elenco tem Tom Hanks e Sandra Bullock. Sem sombra de dúvida, é a extraordinária atuação do ator sueco Max von Sydow (famoso por aparecer em filmes de Ingmar Bergman) – como o inquilino da avó de Oskar e que passa a ser seu mais novo companheiro nessa empreitada – que mostra que mesmo sem dizer uma só palavra, consegue transmitir uma intensa emoção em gestos simples, dando uma carga dramática precisa à história.

O que permeia os 129 minutos de filme é um sentimentalismo por vezes forçado e um excesso de explicações em off desnecessárias. Stephen Daldry ainda consegue engrandecer a dor de um menino e que apesar de comovente, a falta de uma narrativa mais enxuta prejudica o andamento da história. Mesmo assim, o filme emociona.

Duas indicãções ao Oscar
*Melhor filme
*Melhor ator coadjuvante - Max Von Sydow

2 comentários: