
A ousadia de Clooney
está em lançar um filme que faz claras alusões ao presidente que vai tentar a
reeleição numa época em que os EUA respiram campanha eleitoral. No filme, Mike
Morrys (Clooney) é um governador em campanha para vencer as primárias do
Democratas – mesmo partido de Obama – e disputar as eleições presidenciais. A
trama é centrada no talentoso diretor de comunicação Stephen Myers,
interpretado por Ryan Gosling. Idealista, Myers entra de cabeça na campanha de
Morris acreditando que ele é a salvação para o país – outra forte alusão ao
sentimento do eleitor que apostou todas as fichas em Obama.
No entanto Myers descobre que política é um jogo pra gente
grande, onde idealismo e ética são conceitos sempre testados durante a campanha
eleitoral. E que nem sempre o candidato é o que parece ser – fazendo referência
a decepção dos americanos com o atual governo . Clooney, como diretor, quer
mostrar a sujeira escondida debaixo do tapete. E participar dos dilemas de
Myers leva o espectador a fazer a perigosa pergunta “e se fosse eu?”
Tecnicamente falando, nenhuma interpretação surpreende. Mas
Ryan Gosling, o eterno Noah de “Diário de uma paixão”, se sai bem em cenas que
exigem mais que um olhar apaixonado.
O roteiro, apesar de ter um tema quase clichê, é inteligente
e muito bem construído para envolver o espectador. Pra quem gosta de política, de falar mal de políticos, de
fofocas de bastidores ou do George Clooney, “Tudo pelo poder” é uma boa pedida.
Indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado.
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