quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Tudo pelo poder

por Carolina Martins

O quarto filme da carreira de diretor do galã hollywoodiano George Clooney aborda um tema atual e que influencia decisões no mundo todo: as eleições presidenciais nos Estados Unidos. Tendo a seu favor o calendário da disputa americana, que já iniciou as primárias para eleger o concorrente de Barack Obama pelo partido Republicano, “Tudo pelo poder” tem a pretensão de mostrar um pouco de tudo o que está envolvido em uma campanha eleitoral: interesses pessoais, dinheiro e a busca pelo apoio tanto dos apartidários como da imprensa.  Tudo isso em meio a muitos conflitos éticos do jogo político que envolvem o espectador do início ao fim.
A ousadia  de Clooney está em lançar um filme que faz claras alusões ao presidente que vai tentar a reeleição numa época em que os EUA respiram campanha eleitoral. No filme, Mike Morrys (Clooney) é um governador em campanha para vencer as primárias do Democratas – mesmo partido de Obama – e disputar as eleições presidenciais. A trama é centrada no talentoso diretor de comunicação Stephen Myers, interpretado por Ryan Gosling. Idealista, Myers entra de cabeça na campanha de Morris acreditando que ele é a salvação para o país – outra forte alusão ao sentimento do eleitor que apostou todas as fichas em Obama.
No entanto Myers descobre que política é um jogo pra gente grande, onde idealismo e ética são conceitos sempre testados durante a campanha eleitoral. E que nem sempre o candidato é o que parece ser – fazendo referência a decepção dos americanos com o atual governo . Clooney, como diretor, quer mostrar a sujeira escondida debaixo do tapete. E participar dos dilemas de Myers leva o espectador a fazer a perigosa pergunta “e se fosse eu?”
Tecnicamente falando, nenhuma interpretação surpreende. Mas Ryan Gosling, o eterno Noah de “Diário de uma paixão”, se sai bem em cenas que exigem mais que um olhar apaixonado.
O roteiro, apesar de ter um tema quase clichê, é inteligente e muito bem construído para envolver o espectador.  Pra quem gosta de política, de falar mal de políticos, de fofocas de bastidores ou do George Clooney, “Tudo pelo poder” é uma boa pedida.

Indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado.

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