terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A Separação

por Luiz Noronha
Simin (Leila Hatami) quer aproveitar a oportunidade que lhe surgiu para morar no exterior com toda a família. Naader (Peyman Moaadi), seu marido, se recusa mudar, pois é o responsável por cuidar de seu pai que sofre de Alzheimer. O impasse está dado e o divórcio se torna inevitável. Esse é o início dessa preciosa produção iraniana que traz a história dessa família classe média.

Após a separação Naader precisa de alguém para cuidar de seu pai, então ele decide contratar a empregada Razieh (Sareh Bayat). Num certo dia Razieh, que está grávida, precisa ir ao médico e acaba amarrando o pai de Naader em uma cadeira – segundo ela para que ele mesmo não se machucasse – que ao chegar em casa e encontrar seu pai preso a uma cadeira fica furioso. Quando Razieh retorna do médico, empregada e patrão discutem e é quando Naader expulsa Razieh empurrando-a para fora de casa.  

Na trama, personagens humanos e complexos são apresentados de forma delicada. Com uma fluidez impecável, o filme vai colocando as intrincadas situações de um modo que o espectador acompanhe todo o drama das duas famílias – a de Simin e Naader e a de Razieh.

Sem bombas e questões políticos “A separação” mostra o Irã moderno – como pode ser visto na atitude nada machista de Naader em ceder sem reservas o divórcio a Simin – e o Irã religioso, caracterizado pelas atitudes de Razieh sempre baseadas no Corão.

Com um final belíssimo, o quinto longa-metragem dirigido por Asghar Farhadi (também fez "Procurando Elly), é a prova imagética de um cinema de enorme qualidade e plasticidade, prendendo por completo a atenção do espectador e gerando um sentimento de que o ser humano proporciona as melhores histórias.

Vencedor do Oscar de Melhor Filme em Lingua Estrangeira

Um comentário:

  1. Nossa, o final é excelente... parece que vc se dá conta, junto com a filha, que realmente acabou... aquela hora de expor a decisão que define o fim...
    Para mim o melhor foi a inexorável lição dita por Naader: O que é errado é errado, não importa quem faça! Ótimo filme!

    ResponderExcluir