por Luiz Noronha
A imagem de uma senhora com mais
de 80 anos sofrendo de Alzheimer, padecendo de alucinações constantes, nem de
longe lembra a indômita Margaret Thatcher que foi chefe do governo do Reino
Unido por mais de 11 anos.
Com uma narrativa errática e que
muitas vezes não deixa claro os acontecimentos históricos apresentados, o filme
dirigido por Phyllida Lloyd (Mamma Mia!) se mostra fraco diante da importância
do período em que Thatcher tomou importantes decisões.
A maneira dura como a
ex-primeira-ministra negociou com os sindicados, como conduziu o processo de
privatização das empresas estatais ineficientes, como lidou com a crise do
petróleo no fim da década de 1970, foram fatos que passaram praticamente
despercebidos. Já a guerra travada pela Grã-Bretanha contra a Argentina por
causa das Malvinas (que os britânicos chamam de Falklands), recebeu um destaque
significativo na fita, sendo esse um evento que levantou a popularidade de
Thatcher.
A sóbria e consistente atuação de
Meryl Streep sobre a controversa “dama de ferro” – que recebeu esse apelido dos
soviéticos – traz uma Thatcher implacável enquanto primeira-ministra e frágil,
já com idade avançada. A surpresa do filme fica por conta do veterano ator Jim
Broadbent, que dá vida ao irreverente e bem humorado Denis, marido de Thatcher. A dupla funciona muito bem.
A tentativa de humanizar a
poderosa Margaret Thatcher, esbarrou no fato de que a emblemática
ex-primeira-ministra nunca usufruiu de carisma e empatia. Mesmo com uma
maquiagem bem feita (o que ajudou na caracterização especialmente de Meryl
Streep) e a dureza que a velhice pode representar, o filme não chegou a me
emocionar. Talvez seja o reflexo das lacunas deixadas ao longo de mais de 100
minutos.
Vencedor de dois Oscars
*Melhor Atriz - Meryl Streep
*Melhor Maquiagem
Vencedor de dois Oscars
*Melhor Atriz - Meryl Streep
*Melhor Maquiagem
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