sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A Dama de Ferro


por Luiz Noronha

A imagem de uma senhora com mais de 80 anos sofrendo de Alzheimer, padecendo de alucinações constantes, nem de longe lembra a indômita Margaret Thatcher que foi chefe do governo do Reino Unido por mais de 11 anos.

Com uma narrativa errática e que muitas vezes não deixa claro os acontecimentos históricos apresentados, o filme dirigido por Phyllida Lloyd (Mamma Mia!) se mostra fraco diante da importância do período em que Thatcher tomou importantes decisões.

A maneira dura como a ex-primeira-ministra negociou com os sindicados, como conduziu o processo de privatização das empresas estatais ineficientes, como lidou com a crise do petróleo no fim da década de 1970, foram fatos que passaram praticamente despercebidos. Já a guerra travada pela Grã-Bretanha contra a Argentina por causa das Malvinas (que os britânicos chamam de Falklands), recebeu um destaque significativo na fita, sendo esse um evento que levantou a popularidade de Thatcher.

A sóbria e consistente atuação de Meryl Streep sobre a controversa “dama de ferro” – que recebeu esse apelido dos soviéticos – traz uma Thatcher implacável enquanto primeira-ministra e frágil, já com idade avançada. A surpresa do filme fica por conta do veterano ator Jim Broadbent, que dá vida ao irreverente e bem humorado Denis, marido de Thatcher. A dupla funciona muito bem.


A tentativa de humanizar a poderosa Margaret Thatcher, esbarrou no fato de que a emblemática ex-primeira-ministra nunca usufruiu de carisma e empatia. Mesmo com uma maquiagem bem feita (o que ajudou na caracterização especialmente de Meryl Streep) e a dureza que a velhice pode representar, o filme não chegou a me emocionar. Talvez seja o reflexo das lacunas deixadas ao longo de mais de 100 minutos.

Vencedor de dois Oscars
*Melhor Atriz - Meryl Streep
*Melhor Maquiagem

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