domingo, 12 de fevereiro de 2012

Os Descendentes

por Carolina Martins
Envolvente. Assim como o protagonista da trama, George Clooney, o filme dirigido por Alexander Payne te envolve. E te leva, sem que você perceba, pro seio da família King – que passa por um momento delicado onde é preciso conviver com a dor da morte, com a raiva da traição e tudo em meio a um conflito de interesses acerca do último terreno virgem do paradisíaco Havaí. O chefe da casa, Matt King (Clooney), precisa aprender a cuidar sozinho das filhas – uma jovem rebelde com o pé no alcoolismo e uma pré-adolescente descobrindo o lado bom e o lado trágico da vida – e a domar os próprios sentimentos, quando descobre que vai ficar viúvo e que era traído pela esposa.
A história é cheia de surpresas. As ações e reações das personagens surpreendem mesmo. Pouco previsível e pouco convencional. Pelo menos pra quem está acostumado com a trama das novelas brasileiras. A trilha, o figurino e, claro, a fotografia que privilegia as belas paisagens, te lembram a toda hora que o Havaí é ali. E o conflito entre a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento econômico, típico do novo século, também está presente. Matt precisa decidir o que fazer com o último terreno de mata virgem do Havaí que caiu no colo dele como herança dos antepassados. Milionário, Matt e os primos King herdaram uma fortuna dos pais e avós. E cabe a eles a decisão de proteger ou vender a área por milhões para a construção de mais um resort paradisíaco.
Dá aos teus filhos dinheiro suficiente para que eles possam fazer alguma coisa, mas não o bastante para que não façam nada
São quase duas horas de filme. Você ri, principalmente nas cenas de Sid (Nick Krause), amigo alternativo da primogênita de King. E na corridinha de Clooney no melhor estilo Forrest Gump. Você pode, talvez, se emocionar também. Mas, dá pra perceber que são quase duas horas de filme.

Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado.


Um comentário:

  1. Que sensacional a iniciativa desse blog, gente!
    Fiquei tão inspirada com a ideia que resolvi dar meu pitaco sobre o filme (sem saber se pode):

    Acho que sou uma daquelas do início do filme que não consegue ver drama no Havaí. Tentei, mas não consegui. Talvez por ter criado uma expectativa exagerada com a sinopse - da reaproximação do pai com as filhas - endossada pelo título "Os descendentes". Queria mais dessa relação dentro daquele contexto dramático de dor e perda de ente querido.
    E então, já desconfiando que essa ligação não tinha sido bem explorada e não seguraria o título, colocaram uma questão que envolve herança de terras de família - nem tão problemática assim.

    George Clooney, no entanto, é a boa surpresa (ou já era de se esperar?): um ator amadurecido - na idade e na interpretação.

    Mas pra mim ficou aquela sensação de bateu na trave, sabe? Como se o filme tivesse trabalhado o tempo todo com o potencial, ficando na superfície. Logo nas águas do Havaí.

    Beijo grande e sucesso!!

    Camila Louise.

    ResponderExcluir