Hoje eu li a seguinte conclusão na timeline do meu facebook:
''Meu avô não tinha eletricidade e teve 9
filhos.
Meu pai já tinha TV e ele teve 2.
Agora tenho Facebook e acho que a família termina aqui.''
Meu pai já tinha TV e ele teve 2.
Agora tenho Facebook e acho que a família termina aqui.''

No entanto, esse
ser cibenético continua tendo as mesmas necessidades do homem de antigamente.
Precisa de um companhia, precisa de contato físico, precisa de sexo. É por isso
que Mariana (Pilar López) insiste em saber “onde está Wally”, mesmo depois
de sair de um longo relacionamento que não deu certo. Após a separação, ela
volta a morar sozinha no antigo apartamento e descobre que tem um vizinho
pianista. É ele quem faz a trilha sonora da vida dela. Uma sacação feliz de Taretto,
que brinca com esse recurso em vários momentos do filme. E dá certo.
Mariana é
arquiteta mas, trabalha montando vitrines. E é com os manequins de plástico que
ela mantém as relações mais íntimas, dividindo a rotina, o café da manhã e a
solidão.
O webdesigner Martin (Javier
Drolas) foi abandonado pela namorada. E desde então o cachorro dela e
o computador fazem companhia pra ele. Meio hipocondríaco e com síndrome do
pânico, levar o melhor amigo para passear e a única coisa que obriga Martin a
sair de casa. O resto ele faz pela internet.

Dois vizinhos
meio estranhos e solitários que poderiam dividir a bizarrice e a solidão. Mas,
eles não se conhecem. Apesar de se cruzarem quase sempre pelas ruas de Buenos
Aires. E de conversarem pela internet sem saber quem são.
Um roteiro
simples e bem-humorado que trata com leveza problemas que, podem parecer
esquisitos, mas que todo mundo tem. Em maior ou menor grau.
E não. Não é piegas.
Por tudo isso “Medianeras”
vale a pena. Inclusive para descobrir o que são medianeras.