por Luiz Noronha
Dirigido por Abdellatif Kechiche, o premiado filme francês
conta a história de Adèle (vivida por Adèle Exarchopoulos), uma adolescente
prestes a completar 18 anos que leva uma vida igual a de qualquer adolescente.
Escola, conversas sobre meninos com suas amigas de sala,
festas e horas de ócio fazem parte da sua rotina. Nesta fase de descobertas, o
que Adèle sente e confidencia para seu melhor amigo é, na verdade, um vazio e
uma angústia que a incomodam muito.
A partir daí, o que se vê é um caminho rumo a novas
experiências. É quando ela conhece Emma (belamente interpretada por Léa
Seydoux), uma jovem lésbica, estudante de Belas Artes, de penetrantes olhos
azuis. O que esse encontro gera é uma voluptuosa relação cheia de emoção,
carinho e força.
O prazer, sem dúvida, é o que liga as duas tanto no sentido
de cuidado de uma com a outra como também, claro, no sexo. É exatamente nas
cenas de sexo – filmadas de forma visceral e contundente – que vemos a entrega
de ambas. Ali, na cama, troca de
olhares, beijos e gemidos se davam de forma livre. Não havia pudor e nem
filtro.
O que não se pode negar é que este filme – vencedor da Palma
de Ouro em Cannes, em 2013 – apresenta a relação intensa e carnal entre duas
jovens em que o mais importante foi a entrega. Se algo pode chocar, é a
incapacidade das pessoas de se conectarem umas com as outras e contemplarem uma
história sobre um casal que viveu o que queriam, como queriam.