quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Azul é a cor mais quente

por Luiz Noronha
Dirigido por Abdellatif Kechiche, o premiado filme francês conta a história de Adèle (vivida por Adèle Exarchopoulos), uma adolescente prestes a completar 18 anos que leva uma vida igual a de qualquer adolescente.


Escola, conversas sobre meninos com suas amigas de sala, festas e horas de ócio fazem parte da sua rotina. Nesta fase de descobertas, o que Adèle sente e confidencia para seu melhor amigo é, na verdade, um vazio e uma angústia que a incomodam muito.

A partir daí, o que se vê é um caminho rumo a novas experiências. É quando ela conhece Emma (belamente interpretada por Léa Seydoux), uma jovem lésbica, estudante de Belas Artes, de penetrantes olhos azuis. O que esse encontro gera é uma voluptuosa relação cheia de emoção, carinho e força.

O prazer, sem dúvida, é o que liga as duas tanto no sentido de cuidado de uma com a outra como também, claro, no sexo. É exatamente nas cenas de sexo – filmadas de forma visceral e contundente – que vemos a entrega de ambas. Ali, na cama,  troca de olhares, beijos e gemidos se davam de forma livre. Não havia pudor e nem filtro.


O que não se pode negar é que este filme – vencedor da Palma de Ouro em Cannes, em 2013 – apresenta a relação intensa e carnal entre duas jovens em que o mais importante foi a entrega. Se algo pode chocar, é a incapacidade das pessoas de se conectarem umas com as outras e contemplarem uma história sobre um casal que viveu o que queriam, como queriam.